Mudança Climática é um critério do eixo Ambiental da ABNT PR-2030 ESG e temos percebido que há um desconhecimento sobre o que fazer. Os impactos do clima acontecem de forma dispersa e ao longo do tempo, ou seja, de forma fragmentada. Diante disto, é possível captar opiniões de que tudo é um processo normal e esperado do planeta, que não há o que fazer pois as forças da natureza são muito superiores, e até que as soluções estão sendo criadas por cientistas e que é melhor esperar. O fato é que diversos setores da economia estão sendo afetados com riscos diversos como o aumento de custos, desabastecimento de cadeias, redução de consumo e intervenção do estado.
Vamos esclarecer alguns pontos para perceber o que pode ser feito com uma avaliação adequada deste critério.
Mudanças climáticas podem ser expressas por diversos fenômenos climáticos conhecidos há muito tempo, como chuvas volumosas, secas extremas, calor ou frio intenso. Óbvio que você já passou e sobreviveu a elas no passado. Mas elas estão cada vez mais intensas e frequentes. Só lembrar no ano de 2023 e 2024 as enchentes no sul, as secas no norte, o calor em dezembro de 2023 na região sudeste, o frio na Patagônia. Todos os fenômenos climáticos com intensidades anormais.
Isto afetou e continua afetando diversos segmentos econômicos, em especial a agricultura, a indústria de alimentos, o setor de seguros, o setor de varejo e o setor financeiro.
No Brasil, a arrecadação do seguro rural cresceu 40% entre 2021 e 2022 (acumulado de 184% entre 2018 e 2022) alcançando um pagamento recorde de indenizações acima de R$ 10 bilhões em 2022. Esse aumento de contratações é impulsionado também por subsídios governamentais, mas principalmente por produtores buscando maior proteção devido às mudanças climáticas que têm afetado as safras recentes. O estado do Rio Grande do Sul lidera este aumento, com períodos de estiagem acima da média por três safras consecutivas e após ter contabilizado perdas estimadas da ordem de R$28 bilhões na safra 2022/23.
Ainda sobre o setor de seguros, no estado da Califórnia nos Estados Unidos, a maior empresa de seguros residenciais do estado, a State Farm, comunicou na metade de 2023 que não irá mais realizar novas coberturas de seguros residenciais, em função de incêndios florestais e do crescente aumento de custos de construção. Sua decisão foi seguida pela Allstate (4ª maior do estado) que já havia solicitado permissão para aumento de 40% no valor das apólices.
As mudanças climáticas são reais e suas consequências já são sentidas por todos. Não podemos esperar que a ciência crie alguma solução milagrosa, nem continuar imaginando que só futuras gerações serão afetadas.
Neste momento surge a pergunta “O que a minha empresa pode fazer neste cenário tão amplo e fora do meu controle?” A primeira resposta é se adaptar às mudanças climáticas e buscar uma resiliência maior, ou seja, a capacidade de enfrentar situações desfavoráveis de forma planejada. Isto significa criar cenários e analisar riscos e oportunidades (sim, existem muitas oportunidades) para os negócios. A partir deste ponto, pensar em ações que possam ser aplicadas à medida que os cenários dão sinais de que vão acontecer.
A segunda resposta é contribuir com ações que não aumentem a intensidade das mudanças climáticas. Mesmo que você pense que seja pequeno demais para a fazer a diferença, não contribua para o problema ser maior. Consumo de água, emissão de gases de efeito estufa, preservação de áreas verdes, neutralização de emissões, gestão de resíduos estão entre as
possibilidades de ação. E elas podem trazer benefícios para a organização como redução de custos, eficiência energética e engajamento de colaboradores e consumidores.
Se você quiser conhecer mais sobre este tema tão atual, adquira e leia a ABNT PR2030. Este documento traz a mais importante régua de ESG para as empresas