Há muita informação e muita desinformação sobre ESG nas redes sociais, e isto pode levar uma empresa a tomar uma decisão errada. Abaixo, sete erros para você evitar:
- BOA CIDADANIA – ESG não é uma ação para gerar uma imagem de empresa cidadã. O investimento social privado e a responsabilidade social são temas do eixo social, mas não o todo nem do Social e nem do ESG. E isto vale para projetos ambientais, como plantio de árvores por exemplo. A compensação é uma ação possível em temas de Emissão de GEE, mas a redução de emissão é muito relevante e deve estar presente se este tema tem relevância no modelo de negócio. Portanto, não comece ESG por projetos soltos.
- CRÉDITO DE CARBONO – A empresa compradora de crédito de carbono tem que avaliar de forma abrangente e detalhada as oportunidades de redução de emissões. A compra não deve aparecer como ação principal. Entendemos que outro erro em crédito de carbono é achar que ele contribui para que a empresa construa uma imagem reputacional favorável, o que não é verdade já que os impactos das emissões podem ser reclamados por comunidades, organizações ambientais e órgãos públicos.
- METODOLOGIA – Neste caso o erro principal é a ausência de uma metodologia para acompanhar a gestão de ESG na organização. Não dá para ter resultados na gestão caminhando pelo modismo ou pela intuição. Por isso a escolha de uma metodologia é importante. Ela vai te dizer em cada eixo, o que é aplicável a sua realidade, vai te indicar seu estágio de maturidade e a relevância de você evoluir em seu posicionamento ou não. E como boa metodologia, vai apresentar uma régua para acompanhamento. Se você for procurar apoio de uma consultoria, a primeira pergunta é sobre a metodologia que ela usa.
- CAPACITAÇÃO – ESG não é uma tarefa solitária. Uma equipe de trabalho deve ser formada, já que os temas permeiam toda a organização. O social pode envolver RH, jurídico, produção e fornecedores por exemplo. Ambiental pode impactar fornecedores, produção, jurídico, logística e financeiro. Governança envolve a todos, pois são aspectos estruturantes. Tudo depende do tema, do critério específico que está sendo analisado e do estágio atual da organização neste critério. Se ele for relevante e urgente, vai envolver mais ainda. Portanto, ter uma equipe multidisplinar atenta e capacitada é um ativo que precisa ser construído por meio de capacitação.
- CULTURA ORGANIZACIONAL – Muitos entendem como cultura organizacional o conjunto de Missão, Visão, Valores. Sim, este conjunto faz parte, mas não é o todo em ESG. A capacidade da liderança de trabalhar com os conceitos de ESG na gestão e o aporte de recursos financeiros e não financeiros são pontos necessários para o ESG permear os processos internos, influenciar as políticas, reconhecer os esforços. Isto é cultura organizacional ampliada e base necessária para ESG no modelo de gestão.
- IMAGEM X REPUTAÇÃO – Tratar ESG como atributo de imagem institucional é um erro perigoso. O greenwashing e suas variações são provas de que isto ocorre e que a sociedade está de olho. Entendemos que a imagem institucional é uma escolha de atributos que a organização faz baseada no que ela entende de vantagens competitivas necessárias e que nos devidos canais e conteúdos ela coloca para os seus stakeholders. ESG deve estar ligado a reputação, baseado em fatos concretos, resultados confirmados por processos de acompanhamento e divulgados de forma transparente.
- FONTE DE INFORMAÇÃO – Como dito no início, há muita informação e desinformação no mercado. Quando a política procura falar de ESG, quase sempre erra, seja pela esquerda ou pela direita. Quando ativistas usam ESG, também erram, pois, extremismos estão longe de equilíbrio que o modelo de negócio necessita. ESG deve estar ligado a qualidade de gestão, na busca de vantagem competitiva, na construção de ativos de médio e longo prazo e que se tornarão geradores de receita. ESG é um tema de gestão empresarial, não de bom mocismo. Procure as informações equilibradas e relacionadas a qualidade de gestão.