Esta é uma pergunta recorrente que recebemos e a resposta é bem simples. SIM.
Independente do setor de atuação e do tamanho da organização, pode-se garantir que todas estão aptas a integrar e evoluir em ESG. Não só empresas, mas órgãos públicos, reguladores, organizações da sociedade civil, cooperativas e todos outros tipos de organização.
E só existe uma condição para esta integração: querer. Só que esse ‘querer’ precisa partir da liderança da organização, que são os sócios, os donos, a família que cuida do seu próprio negócio, ou seja, quem toma as decisões. Vários motivos podem levar uma organização a evoluir em alguns temas ESG, como pressão do mercado, movimento dos concorrentes, exigências dos clientes ou regulamentações do seu setor de atuação. E esses motivos normalmente fazem com que a evolução seja pontual nos temas específicos que foram pressionados, como mudanças climáticas, gestão de resíduos, direitos humanos ou algum outro. Isso porque esta evolução não nasceu do ‘querer’ da liderança, mas de pressões internas ou externas específicas e direcionadas.
A partir do momento que as lideranças conseguem enxergar que a evolução ESG ampla trará benefícios de mercado, diferenciais competitivos, economia e redução de riscos, esse ‘querer’ se fortalece e, a partir da liderança, permeia toda organização para o início de uma transformação na forma de pensar e agir.
Na ABNT PR 2030, um dos passos para incorporar o ESG na sua organização é ‘Ter a Intenção Estratégica’, que traduz o que é esse ‘querer’ como trazer intencionalmente para a estratégia da organização as questões ESG e para isso apresenta quatro direcionadores para esta incorporação.
O primeiro, é que a decisão e o compromisso devem vir de cima, como falamos no início do texto, as lideranças da organização devem adquirir o conhecimento necessário e estarem comprometidas em conduzir as transformações com base nos temas e critérios ESG. A partir desta decisão, aprender, discutir internamente os caminhos e iniciar a incorporação em toda a organização. O segundo direcionador, também diretamente ligado ao ‘querer’, é a ambição por uma mudança transformadora. Quem nunca ouviu a frase ‘nós sempre trabalhamos assim e deu certo’? Só que os tempos mudaram, a sociedade evoluiu, o meio ambiente exige atenção bem diferente do que exigia no passado, os mercados se modernizaram, novos concorrentes surgiram, dados e informações atualizadas são fundamentais para tomada de decisão e, por isso, é necessário que a liderança tenha o conhecimento e engaje toda organização nesta mudança colocando em prática o terceiro direcionador que é ter um propósito inspirador, com base nos princípios ESG, com foco em resultados de curto a longo prazo e geração de valor compartilhado com suas partes interessadas internas e externas. E o quarto direcionador, quando se concretiza a intenção pela estratégia ESG, é a determinação pela liderança de diretrizes estratégicas, que são materializadas em planos de ação, processos e recursos que irão produzir os resultados ambientais, sociais e financeiros para a organização.
Entender a importância do ESG para sua organização, independente do porte e setor de atuação, enxergar como o ESG pode te ajudar a reduzir riscos organizacionais e aproveitar oportunidades de mercado, utilizar o ESG para sua eficiência operacional, energética e com isso reduzir custos, engajar partes interessadas internas e externas para ampliar sua visão e sua voz, aplicar o ESG como forma de diferencial competitivo em seu mercado, se destacando da concorrência e conquistando não só mais consumidores, mas também oportunidades de investimento. Para alcançar tudo isso, basta o seu querer, a sua intenção estratégica.