Uma matéria viralizou fortemente nestes últimos dias… A UOL repercutiu a resposta do CEO Tallis Gomes da Easy Taxi e G4 Educação, para um seguidor que perguntou “se a sua mulher fosse CEO de uma grande companhia, vocês estariam noivos?”
A resposta foi surpreendente. Não somente pela negativa, mas pela incompreensão de muitas coisas relacionadas a sociedade atual em que as próprias empresas dele estão inseridas.
A principal incompreensão é sobre papéis e escolhas. A mulher pode ser o que ela quiser. Inclusive CEO, CFO, CMO, CCO, sócia, fundadora ou qualquer outro termo. Que Tallis tenha uma escolha pessoal e combine isto com a sua companheira, a questão fica em âmbito pessoal e pronto. Mas colocar de forma pública que não seria papel de mulheres se desenvolverem e conquistarem cargos de alta responsabilidade é uma visão errada. A competência não tem gênero. Ou você é ou não é. A meritocracia que promove os melhores, dentro de escolhas de perfis que a empresa faz baseada em um bom sistema de governança, deve se preocupar com desenvolvimento pessoal e resultados.
Não há dúvida que o cargo de responsabilidade tem pressões e muitas… financeira, legal, ambiental, social, trabalhista, mercadológica e o que mais seja. Mas a liderança tem o dever de construir uma equipe competente para trabalhar com ele esta tarefa. Seja de equipe interna ou externa como advogados e consultores. Quem centraliza é quem mais sofre com a falta de equipe competente e de governança planejada e estratégica.
Uma questão importante e que fica na leitura de todo este caso, é a importância do tema de qualidade de vida que a operação diária da empresa impacta em colaboradores, seja de que nível hierárquico for. A qualidade de vida tem se tornado um tema cada vez mais discutido e faz parte como um dos critérios da ABNT PR2030 ESG. Com o avanço do Home Office, a situação ganhou mais visibilidade ainda. Como o ambiente de trabalho deve respeitar o ambiente familiar, o que se pode fazer para o difícil equilíbrio de produtividade x individualidade?. A busca é por uma racionalidade e sustentabilidade.
Se o Tallis usar a lente de ESG, nos eixos de governança e social, vai ver que a reflexão será necessária a partir de uma governança que estabeleça valores corporativos para políticas internas de diversidade, equidade de oportunidades e valores corporativos. Com a governança estabelecendo as diretrizes, o RH fará as políticas, programas e ações que atendam o que foi estabelecido. Inclusive em qualidade de vida. Desta forma, será possível até prever uma CEO nas empresas dele em um futuro próximo.